Domingo, 2005-09-11 23:09:27

Esta entrada corresponde a 6ª-feira (9 de Setembro)
Finalmente, um dia de consultas! Já estava aborrecido por não fazer nada de verdadeiramente produtivo há tanto tempo. Hoje foi dia de visitar os postos comunitários de Iô Grande e Dona Augusta. O posto de Iô Grande (na foto) não tem condições quase nenhumas. É uma pequena construção em tijolo, com uma única divisão que não tem mais de 9m2, com uma porta e sem janelas, mobilada com uma mesa, três cadeiras e uma cama que pode ser ocultada por uma cortina. O edifício onde fazemos consulta em Dona Augusta é bastante melhor, mas não tem sequer uma cama para podermos observar os doentes. Não sei se nesta fase já é óbvio, mas talvez seja melhor reforçar, nenhum deles tem electricidade ou água para que possamos lavar as mãos entre doentes. As pessoas aguardam na rua a sua vez para vir à consulta e é no banco de traz do jipe da AMI que compram os medicamentos a um funcionário do hospital de Angolares que vem sempre connosco.
Uma das grandes dificuldades que tenho notado é a falta de um registo organizado dos doentes. Isto é especialmente problemático em situações crónicas, a mais frequente das quais é a hipertensão. Apesar de existir uma ficha de consulta para cada pessoa, estas estão à guarda do agente comunitário de saúde (responsável pelo posto e que tem algumas noções de saúde, mas nem sequer é enfermeiro) e muitas vezes não aparecem. Torna-se assim muito difícil saber exactamente qual a evolução da pressão arterial e que medicamentos e em que dose os tínhamos prescrito na consulta anterior. Comecei, por isso, a entregar a cada hipertenso uma folha de papel com o seu nome e uma tabela com data de consulta, pressão arterial e medicação prescrita. Espero desta forma conseguir melhorar o controlo desta doença e, ao mesmo tempo, aumentar o intervalo de tempo entre consultas. Este segundo aspecto é muito importante, não só porque nos liberta a nós para outras actividades, mas principalmente porque muitas pessoas têm pouco dinheiro para pagar a taxa da consulta (1000 dobras 8 cêntimos de euro).
Ao final da manhã regressámos a casa, onde nos esperava um já há muito prometido peixinho assado. Depois de almoçar tranquilamente e resolver alguns assuntos logísticos, foi tempo de partir novamente para a cidade de S. Tomé, onde iríamos assistir à primeira actuação de um grupo coral. A educação musical é muito incipiente em S. Tomé, dependendo quase exclusivamente de iniciativas da igreja católica ou de alguns estrangeiros. A tradição musical local é de transmissão pela oralidade, o tocar de ouvido. Mas nos últimos dias têm existido algumas aulas de música, que culminaram nesta actuação. Apesar da inexperiência, o espectáculo foi muito interessante e a iniciativa parece ter um futuro promissor.
Ao jantar provei o famoso calulu de peixe, um dos pratos tradicionais. O peixe seco é misturado com alguns vegetais e ervas aromáticas e é acompanhado por arroz. O resultado é bastante agradável. À sobremesa experimentei jaca, um delicioso fruto típico. |
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