Missão S. Tomé e Príncipe - Diário de Viagem, por Daniel Pinto
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Domingo, 2005-09-11 23:09:47

Esta entrada corresponde a sábado (10 de Setembro)

Hoje planeámos visitar o parque natural do Ôbo, no centro da ilha de S. Tomé, mas primeiro havia que fazer algumas compras na cidade: uns pãezinhos e bolos para o caminho, água engarrafada e as inevitáveis latas de atum de que vamos necessitar durante a semana em Angolares. Feitas as compras, quando nos preparávamos para partir em direcção ao Ôbo encontramos uma cadelinha abandonada. Tem com certeza menos de dois meses e está bastante magra e infestada de pulgas. Levámo-la para casa, demos-lhe de comer e banho. Amanhã vamos tentar encontrar-lhe um novo dono.
Com esta aventura inesperada já não íamos a tempo de fazer a caminhada até lagoa Amélia, um lago formado na zona do cone vulcânico que abateu. O passeio dura três horas e meia e não queríamos ser surpreendidos pelo cair da noite, que aqui acontece às cinco e meia da tarde. Mas, nem tudo estava perdido, ainda havia muito para visitar e hão-de existir outras oportunidades para ir até à lagoa Amélia.
Partimos em direcção à Trindade, uma cidade próxima da capital, bem maior e menos pobre que Angolares e que já fica a 800m de altitude. É desta cidade que vai partir um grupo de crianças desfavorecidas para passar uma semana em Vila Malanza e a quem, por ficarem na nossa área de actuação médica, vamos dar apoio para a semana (nessa altura desenvolvo mais o assunto). Seguimos em direcção ao jardim botânico do Ôbo, com uma pequena paragem para ver a roça Monte Café. Aqui ganhámos mais um passageiro, um jovem que decidiu vir connosco pendurado no jipe sobre o parachoques traseiro. Parámos no meio das plantações de café da roça para fazer o nosso picnic, que partilhámos com o guia improvisado. O cenário à nossa volta é de cortar a respiração. A névoa que nos rodeia faz com que os objectos a mais de 20 metros de distância apareça apenas na forma de silhueta, para além dos 30 metros é impossível ver. Por entre as plantas do café sobressaem as silhuetas de algumas árvores de grande porte que, em conjunto com a névoa, impedem uma parte significativa dos raios solares de chegarem ao chão. Também a luminosidade pouco intensa e difusa contribui para a sensação de se estar numa floresta mágica.
Prosseguimos a subida até ao jardim botânico, situado a uma altitude ainda maior, mas já sem névoa. Este local foi construído com o apoio da União Europeia e encerra uma mostra das mais variadas plantas endémicas e introduzidas pelos colonos portugueses. Descrever a sua beleza por palavras seria (pelo menos para mim) tarefa impossível. Sugiro que veja a galeria de fotos dedicada ao jardim botânico para que possa ficar com ideia de como é belo. Ainda assim, as fotos que tirei não são mais do que uma amostra de quão sublime é este local.
Antes de deixarmos o nosso guia, comprámos-lhe alguns cachos de bananas e uma jaca. Devido à seca que este ano atingiu a zona norte da ilha, não há ananás nem papaia.
Quando regressávamos á cidade de S. Tomé tivemos uma surpresa. Junto à estrada já perto da capital (ou mesmo dentro da cidade, aqui é difícil de dizer porque os limites não estão assinalados) passámos por um espectáculo “teatral”. Fizemos meia volta com o carro e fomos espreitar. Num largo junto a uma igreja, um grupo tocava, dançava e representava o que parecia ser uma peça tradicional. O espectáculo decorria em ritmos africanos e procurava contar uma história através da dança. Ao que percebi, passava-se na era colonial, com um senhor branco a maltratar os escravos: batendo nos homens e violando as mulheres. Entretanto apareciam guerreiros (ou seriam espíritos?) entre os negros que combateram o branco. Sem diálogos não consegui perceber muito mais que isto. Tenho alguns vídeos da dança, mas a largura de banda aqui não me permite enviá-los, fico-me pelas fotos, onde também se percebe algum movimento.
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