Missão S. Tomé e Príncipe - Diário de Viagem, por Daniel Pinto
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Quinta-feira, 2005-09-15 22:09:26

Ao contrário do que esperávamos, esta noite não houve um parto à luz das velas. A menina que nasceu (ainda não tem nome) resolveu esperar pela luz do dia e apenas se decidiu a vir conhecer o mundo às nove horas da manhã. Tinha acabado de nascer quando chegámos ao hospital de Angolares. Não houve qualquer problema, é uma menina saudável.
Durante o dia de hoje tivemos a companhia de dois médicos da cooperação de Taiwan ou, como se diz aqui por S. Tomé, da China-Taiwan. Este país é o mais importante doador em S. Tomé e Príncipe. Na área médica, estão a realizar um projecto de pulverização intra-domiciliária (que muito tem contribuído para a diminuição da malária no arquipélago) e dão apoio com seis médicos ao distrito de Lémba. Mas a cooperação de Taiwan estende-se muito para além da área médica. Tudo isto em troca de um precioso voto na Assembleia das Nações Unidas para o reconhecimento de Taiwan como a verdadeira China (razão pela qual aqui o país é designado por China-Taiwan).
Mais uma vez optámos por rentabilizar o facto de sermos três médicos no terreno, dividindo tarefas. Assim haveria mais tempo para cada consulta e para dar a conhecer a nossa realidade aos médicos de Taiwan. Eu fiquei em Vila Malanza, onde vi treze doentes. Os Drs. Ricardo Leitão e Stepan Harbuz seguiram para Porto Alegre, onde há condições para fazer duas consultas em simultâneo. Dos casos que apareceram destaco uma menina de quatro anos com uma extensa dermatite eritematodescamativa (isto é, a pele de grande parte do corpo desprende-se facilmente, como acontece quando apanhamos um escaldão, e depois começa a cair), que enviei para uma consulta de dermatologia na capital.
Feitas as consultas nestes dois postos, partimos rapidamente para Ponta Baleia, onde nos aguardava o barco para o Ilhéu das Rôlas. Aqui, ainda antes do almoço, houve tempo para irmos visitar o marco do equador, onde é obrigatório tirar a fotografia da praxe, com um pé em cada hemisfério. Vimos onze doentes e quando acabámos ainda faltava quase uma hora até ao barco partir para nos levar de volta a Ponta Baleia. Nada melhor para ocupar esse tempo do que um belo mergulho na praia junto ao cais.
A viagem de regresso foi bastante mais animada que o habitual, uma vez que no barco seguia um grupo de músicos cabo-verdianos, que nos brindaram com as suas canções e puseram parte dos passageiros do barco a dançar (para alguma preocupação do comandante).
O dia terminou com a entrega de medicamentos à AMI pelos médicos de Taiwan. Trata-se de um lote de antidiabéticos orais. O único problema é que não existe no hospital a análise necessária para diagnosticar ou fazer o rastreio da diabetes, de maneira que temos pouquíssimos doentes diabéticos diagnosticados, mas vamos tentar resolver o assunto nos próximos tempos.

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