Missão S. Tomé e Príncipe - Diário de Viagem, por Daniel Pinto
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Segunda-feira, 2005-09-19 21:12:18

Esta entrada corresponde a Domingo (18 de Setembro)

Hoje aproveitámos o dia para retemperar forças na praia Piscina, seguramente uma das praias mais bonitas do mundo (ver imagem 360º). Preparámos o almoço antes de partir: algumas sandes, bananas e um ananás. Antes de partir precisávamos de abastecer o jipe, o que nos deu algumas chatices. No “posto” onde costumamos abastecer pediram-nos 13 500 dobras (1,07€) por litro de gasóleo, quando ainda há 2 dias tínhamos abastecido por 12 000 dobras por litro. A diferença era que anteriormente estávamos acompanhados do nosso motorista, hoje éramos só nós, os estrangeiros brancos. Não é muito frequente encontrarmos esta inflação de preços para estrangeiros em Angolares, isso acontece mais na capital. Contudo, temos de estar sempre atentos para não sermos enganados. O que mais nos incomodou foi o facto de, em Angolares, todos saberem que somos os médicos da AMI (além do nosso jipe estar devidamente identificado), que estamos aqui para ajudar a população e ainda assim algumas pessoas tentam aproveitar-se do facto de não conhecermos tão bem os preços locais. Fomos a outro “posto”, a menos de 20 metros do primeiro, onde comprámos o gasóleo de que necessitávamos a 12 000 dobras como habitual. Estes “postos de abastecimento” em Angolares (e em todas as povoações fora da capital) são muito engraçados. O combustível é trazido da capital em garrafões de vidro de cinco litros (como os garrafões que existiam em Portugal antes de serem substituídos pelos de plástico), que são armazenados num pequeno edifício. Na altura do abastecimento, é colocado sobre o bucal do carro um funil com um pequeno tubo de mangueira na extremidade. O conteúdo do garrafão (que idealmente é 100% combustível, mas nunca há a certeza se não foi “diluído”) é vazado para o funil e daí passa para o depósito.
Partimos então para a praia piscina, que fica no extremo sul da ilha, perto da praia Jalé (onde já tínhamos estado na primeira semana), a cerca de 35 quilómetros de Angolares e que, nestas estradas, representam mais de uma hora a saltar sobre os buracos. Mas a viagem valeu bem a pena! A praia Piscina é uma pequena enseada escavada na rocha basáltica, na qual se formam pequenas piscinas naturais, onde as águas são calmas e bem quentes. Uma pequena tira de areia separa o mar da floresta tropical luxuriante praticamente inviolada pelo homem. Foi neste cenário paradisíaco que passámos a maior parte do dia.
Ao final da tarde fomos conhecer a praia Inhá, um pouco mais a norte. Esta praia é inacessível de carro, mesmo para o nosso jipe, de maneira que fomos a pé desde a praia da Jalé. Foi uma caminhada de que rapidamente nos arrependemos, uma vez que “um exército” de mosquitos do género Anopheles (aqueles que transmitem a malária) se atirou às nossas pernas e estávamos de calções. Além disso, a praia Inhá, apesar de bonita, não está ao mesmo nível da praia Piscina, de onde tínhamos acabado de sair. No regresso parámos na praia Jalé para comprar mais alguns cocos ao vigilante do Eco Lodge (existe um pequeno complexo de turismo ecológico nesta praia, composto por meia dúzia de bungalows). Tivemos oportunidade de observar como se fazem cair os cocos do coqueiro com uma cana de quatro metros e de beber dos cocos de água (com uma porção comestível não tão saborosa, mas muita água de coco refrescante).
Na viagem de regresso encontrámos um táxi avariado na estrada. Como já era de noite (aqui anoitece por volta das 17h30), tentámos ajudá-los, já que não era previsível que passasse por ali outro carro até à manhã seguinte. Os nossos esforços para fazer pegar o táxi de empurrão foram em vão. O Dr. Stepan (que entende um pouco de mecânica) sugeriu que o problema talvez fosse da mistura da gasolina (com água ou outro líquido) utilizada. Foi uma informação bastante assustadora (atendendo à forma como compramos o nosso combustível em Angolares), ante a perspectiva de um dia sermos nós a ficar parados na estrada. Demos boleia ao motorista até Angolares, que levaria mais de meia hora a pé, por uma estrada sem iluminação, para que pudesse levar auxílio ao táxi avariado.
O acesso à internet continua em baixo. Talvez ninguém tenha reparado o problema por ser fim-de-semana. Isso quereria dizer que amanhã a avaria seria reparada e já poderíamos aceder à internet. Era bom, mas já me estou a habituar a não poder planificar o futuro por estas bandas…
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