Missão S. Tomé e Príncipe - Diário de Viagem, por Daniel Pinto
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Sexta-feira, 2005-09-23 23:09:08

O dia de hoje trouxe-nos uma surpresa logo ao início da manhã. O médico local, o Dr. Américo decidiu fazer os Postos Comunitários de Saúde, ficando a equipa AMI a assegurar a consulta no hospital. Habitualmente o Dr. Américo está ocupado com as suas tarefas de delegado de saúde e administrador hospitalar e não tem disponibilidade para “ir para o terreno”, como costuma dizer, actividade que naturalmente lhe dá muito prazer.
No hospital apareceram-nos dois casos interessantes. O primeiro foi o de uma senhora de 37 anos com dor abdominal muito intensa, acompanhada de um exame objectivo nada tranquilizador, antes pelo contrário. Pedi aos meus colegas para examinarem a doente e a decisão dos dois foi semelhante à minha: a senhora poderia ter uma doença bastante grave (poderia até ter de ser operada) e não tínhamos meios para a tratar em Angolares, pelo que necessitaria de ser evacuada para a capital. O caso seguinte foi de um menino de 10 anos que, segundo a mãe tinha desde há uma hora atrás e de uma forma bastante súbita desencadeado uma dor abdominal muito intensa, seguida de um vómito. O que nos assustou mais foi o aspecto e o ar doente e prostrado da criança. No entanto, ao contrário da doente anterior, o exame objectivo e a palpação abdominal não condiziam com as queixas: eram bastantes inocentes. Optámos por internar o menino para observação durante algumas horas e fazer-lhe o tratamento para uma eventual parasitose intestinal.
Feitas as consultas no hospital, partimos com o nosso almoço para a praia Micondô. Aproveitámos a tarde para descontrair na praia, nadar, fazer snorkeling (a ver o fundo do mar e os peixinhos), ler e brincar com as crianças locais.
Ao final da tarde regressámos ao hospital de Angolares, onde fui verificar como estava o meu doentinho. Encontrei o menino muito bem disposto a comer o seu jantar. Já não lhe doía a barriga e não tinha vomitado novamente. Além disso, o seu apetite já era um óptimo sinal. Dei-lhe alta para não ter de passar a noite no hospital (coisa que ele e a mãe não queriam), mas com indicação para voltar caso o estado se agravasse durante a noite. A doente que tinha pedido para ser evacuada para a cidade também se encontrava no hospital. Quando o delegado de saúde regressou dos postos comunitários com a ambulância que levaria os doentes à capital, re-observou a senhora, que já se sentia melhor, e concluiu que poderia mantê-la em observação sem a levar para a capital. Quando a vi ao final da tarde, tinha muito menos queixas e uma palpação abdominal muito menos preocupante do que as tinha apresentado durante a manhã. Ainda assim, optei por mantê-la internada durante a noite para, se tudo continuar a correr bem, dar-lhe alta amanhã de manhã.
Hoje também o jantar foi diferente, convidámos o Manuel, o cozinheiro da Roça de S. João para comer connosco. Nós oferecemos os ingredientes e ele cozinhou para nós. Preparou um refogado de peixe fulofulo delicioso.

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