Missão S. Tomé e Príncipe - Diário de Viagem, por Daniel Pinto
Diário de Viagem Galeria de Fotos A Missão da AMI Sobre S. Tomé e Príncipe Sobre o Autor Livro de Visitas Links

Sábado, 2005-10-08 23:10:04

O dia de hoje começou com um acontecimento inesperado: o nosso motorista não apareceu à hora marcada. Depois de termos aguardado um pouco, pedimos à nossa empregada doméstica (a Dona Antónia) que mandasse o motorista ter ao connosco e foi o próprio Dr. Stepan Harbuz quem conduziu até ao hospital de Angoalres. Começámos a visita como é habitual pela enfermaria de mulheres e crianças, onde estavam internados apenas cinco doentes: três casos de infecções respiratórias, uma criança com suspeita de malária e outra com diarreia. Quando íamos passar para a secção de homens, o enfermeiro disse-nos que não havia mais doentes internados. Era muito estranho. Então e o homem com a ferida da perna infectada que tínhamos evacuado ontem de Dona Augusta? A resposta deixou-nos perplexos: fugiu do hospital. Ao que nos contaram, existiam fortes suspeitas de que este homem fosse procurado pela polícia por crimes cometidos na capital. Estaria a refugiar-se nas povoações mais remotas (Caué é o maior e mais pobre distrito do país) para evitar ser capturado pelas autoridades. A sua recusa inicial em vir para o hospital e subsequente fuga deviam-se ao medo de ser identificado e preso pela polícia de Angolares. Foi uma opção bastante arriscada, já que é provável que a ferida, sem o tratamento apropriado, progrida para gangrena da perna. Nessa altura, ou recorre a tratamento médico ou morrerá certamente da infecção.
Quando regressámos a casa continuava a não haver sinal do motorista. Pedimos à Dona Antónia que fosse a casa deste para saber o que se passava, mas achou-a vazia e sem respostas. Alguns vizinhos tê-lo-ão visto sair de Angolares na noite de ontem e presumiam que ainda não tinha voltado. Esta é uma das dificuldades com que nos debatemos habitualmente, é muito frequente um trabalhador faltar e não dar qualquer justificação ou sequer avisar o empregador. A ausência de motorista veio-nos alterar os planos para o resto do dia. Contávamos ir à capital fazer compras e algumas reparações no jipe. No entanto, sem roda suplente (tivemos um furo ontem e o motorista deveria ter ido hoje buscar o pneu reparado) não arriscámos fazer a viagem. Ainda temos alimentos para mais alguns dias e temos de ir à capital de qualquer maneira na próxima quarta-feira para tratar da renovação dos vistos. Optámos então por ir até à praia Micondô, a cerca de dez minutos de carro. Apesar do dia ter começado com chuva, a meio da manhã o sol começou a brilhar e expulsou todas as nuvens. No entanto, o mau tempo dos últimos dias ainda se reflectia no estado do mar, que não permitia grandes aventuras.
Voltámos da praia por volta da uma da tarde e almoçámos peixe fumo. Entretanto regressou o Dr. Ricardo Leitão da capital (onde tinha estado a renovar o seu visto). Durante a tarde estivemos a ultimar os relatórios de missão e a fazer a passagem de testemunho dos aspectos logísticos, já que o Dr. Ricardo volta para Portugal este Domingo.

< Entrada anterior Entrada seguinte >
Escolha a data cuja entrada pretende ver
Agosto 2005
S T Q Q S S D
1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
29 30 31
Setembro 2005
S T Q Q S S D
      1 2 3 4
5 6 7 8 9 10 11
12 13 14 15 16 17 18
19 20 21 22 23 24 25
26 27 28 29 30
Outubro 2005
S T Q Q S S D
          1 2
3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16
17 18 19 20 21 22 23
24 25 26 27 28 29 30
31
Novembro 2005
S T Q Q S S D
  1 2 3 4 5 6
7 8 9 10 11 12 13
14 15 16 17 18 19 20
21 22 23 24 25 26 27
28 29 30

Comentários

2005-10-09 18:10:02
geu lion

Está o meu amigo ai estendido e nós a decidirmos o futuro da nossa rua nestas eleições é para isto que lutámos tanto assim compreendo a fuga dos doentes nao sentem firmeza no carácter

Comentar
Nome:

Email (apenas para eu lhe poder responder):

Comentário:
Quantos são dois mais dois (escreva um algarismo)?